domingo, 29 de maio de 2011

Sigmund Freud - Estádios Psicossexuais

Sigmund Freud

Os estádios do desenvolvimento psicossexual

Segundo Freud, o Homem é o resultado das suas experiencias na infância. Acreditava que, de uma forma geral, todas as pessoas percorriam um trajecto semelhante durante o seu desenvolvimento, sendo que o impulso sexual e a procura de prazer erótico eram a base do desenvolvimento afectivo. Para Freud, o prazer sexual resumia-se a todas as sensações agradáveis sentidas por uma região corporal, não passando necessariamente pelo contacto genital. Somente na fase final do desenvolvimento psicossexual se aplica a sexualidade genital com o desenvolvimento dos órgãos genitais devido as transformações fisiológicas da puberdade. Eram então perceptíveis 5 estádios diferentes, que ocorriam nesta sequência: oral, anal, fálico, latência e genital.

Estádio oral (do nascimento aos 12/18 meses)

Durante os primeiros meses de vida, a boca é o local por onde a criança obtém prazer, e parte da interacção da criança com o mundo externo processa-se através da boca e lábios. A satisfação sexual centra-se nessa área. Nesta fase, a criança desenvolve uma relação especial com a mãe, estabelecida essencialmente pelo seio que é fonte de alimento e de prazer. Com a dentição, a actividade oral diversifica-se, morder e mastigar enriquecem as opções de formas de exploração oral dos objectos. Nesta fase, o desmame é um conflito frequente. Devido ao prazer que retira da amamentação, a criança tende a exceder os impulsos erógenos, sendo conduzida a um estado de fixação, isto é, fica psicologicamente presa a esta forma de obtenção de prazer que se centra na boca.

Estádio anal (dos 12/18 meses aos 3 anos)

De uma forma geral, partir do primeiro ano de vida a principal fonte de prazer passa a ser o ânus, embora a boca permaneça uma zona erógena. Durante este período do desenvolvimento psicossexual, o prazer sexual deriva da estimulação do ânus ao reter e expelir as fezes. Neste estádio, a criança aprende a controlar os músculos responsáveis pelo processo de evacuação. Assim, a criança aprende a controlar os seus impulsos, sabendo que existem momentos e lugares apropriados para o efeito. Pela primeira vez constrangimentos externos limitam e adiam a satisfação dos impulsos internos. Nesta fase, a higiene poderá determinar um factor de adversidade ao prazer, e como tal, o treino e a exigência dos pais deve ser moderado, de modo a evitar reacções impróprias por parte da criança que originem uma maturação inapropriada do ego e superego, devido ao contrariar das pulsões do Id.

O estádio fálico (dos 3 aos 6 anos)

Durante o estádio fálico, os órgãos genitais tornam-se o centro da actividade erótica da criança através da auto-estimulação. É o período em que muitas crianças apercebem-se das diferenças anatómicas entre os sexos e de que a sexualidade faz parte das relações entre as pessoas. No estádio fálico, numa fase inicial, a sexualidade da criança é ainda de natureza auto-erótica. Dedica bastante tempo a examinar o seu aparelho genital, manifesta curiosidade extrema por questões sexuais ainda que não seja cognitivamente capaz de compreender as respostas. Nesta fase as crianças elaboram fantasias acerca do acto sexual e do processo de nascimento que são completamente desadequadas. Assim, podem pensar que uma mulher engravida porque comeu o seu bebé e que o nascimento consiste em expeli-lo pela boca. Os prazeres da masturbação e as fantasias da criança na sua actividade auto-erótica, constituem a base para uma importante mudança de direcção da libido, dos impulsos libidinais. É nesta altura, que segundo Freud, a criança desenvolve uma atracção sexual pelo progenitor do sexo oposto e uma agressividade para com o progenitor do mesmo sexo. No caso dos rapazes, designa-se por Complexo de Édipo. O rapaz sente uma necessidade de afastar o pai para obterem a total atenção por parte da mãe, figura na qual ele relega uma grande importância e que deseja proteger a todo o custo. No caso das raparigas, o objecto original do afecto é substituído por outro, o pai. Isto acontece porque a rapariga fica desapontada por não ter o mesmo órgão sexual que os rapazes, sentindo-se inferior, e responsabiliza a mãe por isso. Este sentimento é definido por Freud como “inveja do pénis”. O desprezo e o ressentimento marcam a relação com a mãe. Esta atracção é denominada por Complexo de Electra.

Estádio de latência (dos 6 aos 11 anos)

O estádio de latência é o período da vida marcado por um acontecimento significativo: a entrada na escola e a ampliação das redes sociais da criança. Recalcadas no inconsciente, as conturbadas experiências emocionais do estádio fálico parecem não a perturbar. Deste modo a criança liberta-se dos impulsos sexuais e conduz as suas relações para outros significados. A energia da libido é convertida em interesse intelectual e é orientada para as actividades escolares e de socialização. Há um reforço da identidade sexual da criança já que, normalmente, aproxima-se dos seus semelhantes, no que a sexualidade diz respeito.

Estádio genital (após a puberdade)

Na adolescência, através do desenvolvimento do aparelho genital e da produção de hormonas sexuais, reactivam-se os impulsos sexuais que no estádio de latência se encontravam adormecidos. Em estádios anteriores, o indivíduo obtinha satisfação através da estimulação de determinadas zonas do seu corpo ( Estádio Oral e Anal ). Embora no estádio fálico a sexualidade auto-erótica comece a ser superada, ela ainda não está orientada de uma forma realista e socialmente aprovada. Manifesta-se para ser reprimida. No estádio genital, alguns conflitos dos estádios anteriores podem ser revividos, em especial o complexo de Édipo. Como tal, neste momento e segundo Freud, para que o desenvolvimento psicossexual se dê de uma forma natural, os progenitores devem ser suprimidos enquanto objectos do impulso sexual de modo a que o adolescente ultrapasse de vez os complexos do Estádio Fálico.

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