domingo, 29 de maio de 2011

Desenvolvimento Cognitivo

Desenvolvimento cognitivo, uma das etapas do desenvolvimento humano, deve ser entendido como desenvolvimento da inteligência a qual Piaget descreve como a capacidade de adaptação ao meio através da resolução dos problemas que o mesmo coloca. Para isso, devemos ter em consideração os mecanismos que a tornam possível, a assimilação, a acomodação e a equilibração.

A assimilação é o processo adaptativo que consiste em associar novas informações nos esquemas existentes (estruturas mentais usadas pelos indivíduos na interacção com o meio). Por exemplo, a criança que a aprendeu a segurar num garfo demonstra assimilação as segurar numa colher.
Acomodação é o processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas às novas informações e experiências modificando-os. Um bom exemplo é a tentativa de aprender uma língua estrangeira.
A equilibração consiste em pretender estabelecer um equilíbrio entre assimilação e acomodação, permitindo a ocorrência de desenvolvimento. Relaciona-se por exemplo, com a tentativa de adivinhar um acontecimento futuro face a um esquema habitual que de acordo com determinadas circunstâncias não se poderá verificar.

Piaget dividiu o desenvolvimento cognitivo em quatro estádios (fases qualitativamente diferentes demarcadas pelo desenvolvimento intelectual), em que a inteligência evolui de uma concepção prática para uma mentalidade abstracta.

O primeiro estádio, sensório-motor, verifica-se desde o nascimento até sensivelmente, ao segundo ano de idade. Aqui, o grande desafio a vencer é a aquisição da noção de objecto permanente, lentamente construída a partir dos 8 meses. Segundo Piaget, fora de vista significa literalmente fora da existência, ou seja, quando algo desaparece do seu campo de visão é como se tivesse deixado de existir. A partir dos 18 meses já é perceptível a aquisição da capacidade de representação simbólica, a criança forma imagens mentais de objectos ou acções na ausência da sua presença (nascimento da linguagem, do pensamento).

O estádio pré-operatório, dos 2 aos 6/7 anos, caracteriza-se pela dificuldade em adquirir a noção de conservação, principalmente, da quantidade confundindo aparência e realidade. Assim, expondo o exemplo que assistimos nas aula, a criança não se apercebe de que uma alteração quanto à altura do copo foi compensada pela diminuição do seu diâmetro, evidenciando um comportamento marcado pelo irreversibilidade, um pensamento representativo. Contudo, quando a criança reconhece que certas propriedades das coisas permanecem constantes apesar da mudança de forma, a problemática da aquisição do conceito de conservação está ultrapassada (o seu pensamento descentra-se), tal como ilustra o exemplo da bola de plasticina transformada em forma de salsicha em que não se verifica qualquer mudança quantitativa.

O estádio das operações concretas, dos 6/7 aos 12 anos, exprime o desenvolvimento do raciocínio lógico indutivo (baseado na observação e experiência), a reversibilidade do pensamento (se A é maior que B então, B é menor que A). Apesar de as representações mentais darem lugar a operações mentais (esquemas mais complexos), ainda assim, predomina uma realidade concreta e física no pensamento lógico, liberta-se da aparência mas não consegue libertar-se do aspecto concreto.
O quarto e último estádio, o estádio das operações formais por volta dos 12 anos em diante, revela o pensamento lógivo-abstracto e hipotético-dedutivo. Deste modo, o pensamento apresenta uma evolução intelectual, não aborda apenas o concreto mas especialmente construções de ideias, o hipotético e o possível.

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