sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reflexão sobre Interacção e Influência Social

Obediência e Autoridade


Começo esta publicação perguntando:

“ Seriam capazes de torturar uma pessoa a pedido de outrem? “

Experiências realizadas por Stanley Milgram, provam que um número assustador de pessoas testadas seria efectivamente capaz de torturar outros indivíduos, aceitando irreflectidamente as ordens de uma figura de autoridade.

Stanley Milgram produziu um ensaio que tinha como objectivo o estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros. A obediência era medida através das acções manifestas e implicava comportamentos fonte de sofrimento para outros.

Resumindo, a experiência baseava-se em encontrar um voluntário que estaria encarregue de uma máquina de infligir choques. Numa outra sala, estaria uma suposta cobaia humana ligada a máquina. O voluntário conseguia ver a cobaia, mas a cobaia não o conseguia ver. À cobaia era dada alguma informação para aprender. Um experimentador (figura de autoridade) encontrava-se na mesma sala do voluntário e fazia diversas perguntas as quais a cobaia tinha de responder acertadamente (acerca da informação anteriormente leccionada). Por cada resposta errada, o voluntário teria que electrocutar a cobaia (começava por 15 volts e ia aumentando 15 por cada resposta errada, até um total de 450 volts; 15 volts representavam um choque ligeiro e 450 volts um choque severo). A máquina estava obviamente desligada, e como tal, cada vez que o voluntário carregava no botão para electrocutar a cobaia, esta simulava a dor.

Esta experiência foi realizada com vários voluntários, e os resultados não enganavam. Apesar de assistirem ao sofrimento da pessoa que electrocutavam, a maior parte dos voluntários continuou o teste, infligindo choques cada vez mais intensos. Conheciam inclusive a consequência de um choque de 450 volts (morte), e ainda assim, 65% das pessoas testadas foram capazes de infligir o choque pretensamente fatal.

A experiência tinha no entanto algumas variações. Em alguns casos o voluntário não conseguia ver a cobaia, apenas conseguia ouvi-la. (Aumentava a percentagem de obediência) Noutros, o experimentador dava a ordem para electrocutar, por telefone, estando portanto afastado do voluntário. (Diminuía a percentagem obediência) Existia ainda um caso em que duas pessoas estariam encarregues da máquina (um voluntário, e um experimentador passando por voluntário). (Dependia da posição tomada pelo falso voluntário; se obedecia, aumentava a percentagem de obediência; se recusava, diminuía a percentagem de obediência)

O que se conclui ?

Os resultados falam por si. Pessoas supostamente íntegras certamente diriam que jamais seriam capazes de torturar outra pessoa, ainda que em nome da ciência, mas o que se verifica é que a grande maioria obedece a uma voz de autoridade ao invés de respeitar as suas próprias ideias. Segundo estudos, a figura de autoridade influenciava a tomada de decisão, pois os voluntários sentiam-se desresponsabilizados pelas suas acções. É compreensível que o ser humano possa ser influenciado, mas é medonho quando percebemos os problemas que daí advêm e a proporção que podem tomar.

Esta experiência faz-me questionar as capacidades do ser humano. Sim, é um ser racional. (o único, tanto quanto se sabe) Sim, é um ser sociável. No entanto, e apesar destas competências, é capaz de cometer tamanha atrocidade pelo simples facto de não se sentir responsável pelas decisões tomadas. Seria capaz de perceber que uma pessoa estivesse apta a obedecer se dessa decisão dependesse para viver, mas não é disso que se trata. Trata-se única e exclusivamente de ignorar as capacidades que fazem do Homem um ser superior aos demais e tornar-se numa marioneta.

1 comentário:

  1. Play the best casino games for real money on the go
    It's a great casino to play on and if you're looking to try out a good 속초 출장안마 game for 경상북도 출장안마 real money, 제주도 출장샵 I suggest 하남 출장마사지 playing a few of the 의왕 출장마사지 top casino

    ResponderEliminar